16 maio, 2005

Grandes Barragens - Mecanismos de Financiamento e Impactes Ambientais

Em termos internacionais, quando falamos de financiamentos relacionados com grandes projectos hidroeléctricos, não podemos dissociar a viabilidade económica dos mesmos do eventual apoio que as Instituições Financeiras Internacionais (IFIs) ou a Agências de Crédito à Exportação (ECAs) lhes venham a conceder. Quando esses apoios são recusados, muitas decisões políticas acabam por ser revogadas e os promotores dos projectos acabam, em última instância, por abandoná-los.

As ECAs, em particular, têm sido responsáveis pela transferência de fluxos financeiros dos países do norte para os países em desenvolvimento sem acautelar, na maior parte dos casos, os seus impactes ambientais e sociais. As três Gargantas na China são um exemplo conhecido, mas projectos de produção hidroeléctrica na Índia, no Sudão, na Turquia, em Moçambique ou no Brasil também poderão carecer da mesma falta de rigor ao nível da avaliação dos impactes.

Em Portugal temos igualmente grandes projectos hidroeléctricos que foram financiados por IFIs como a Barragem do Alqueva (via Banco Europeu de Investimento) e temos outros projectos, como a "projectada" Barragem do Sabor que provavelmente só encontrará a sua viabilidade económica, enquanto projecto, se obtiver financiamento no exterior, por intermédio destas instituições financeiras.

Vai decorrer amanhã, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (Anfiteatro 1B, Edifício VII) em Almada (Monte da Caparica), entre as 15:30 e as 17:00 um debate intitulado "Grandes Barragens - Mecanismos de Financiamento e Impactes Ambientais" que se centrará principalmente na discussão do projecto ECA Ibéria, um projecto da responsabilidade da LPN, Euronatura, Quercus, Amnistia Internacional - secção portuguesa e Observatori del Deute en la Globalització- ODG que incide sobre a temática acima descrita.

O debate contará com os seguintes oradores: Pedro Mendes (INAG), José Teixeira (Plataforma Sabor Livre), Eugénio Sequeira (LPN), Renato Roldão (Euronatura) e o moderador será Rui Santos, do Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente da FCT/UNL.



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