28 setembro, 2004

Frigoríficos e ar condicionado continuam a destruir ozono

Portugal continua a atirar para a sucata a quase totalidade de frigoríficos e aparelhos de ar condicionado sem recuperar os gases nocivos à atmosfera que contêm, acusou a associação ambientalista Quercus.

Fazendo referência ao Dia Internacional para a Protecção da Camada de Ozono, os ambientalistas adiantam que Portugal emite anualmente 500 toneladas de CFC (clorofluorcarbonetos), substância existente em frigoríficos ou aparelhos de ar condicionado e que prejudica a camada de ozono.

Este ano, até Setembro, foram recuperados CFC de 0,5 por cento dos aparelhos enviados para o lixo, segundo dados recolhidos pelos ambientalistas junto da Interecycling, a única empresa em Portugal que faz este tipo de reciclagem."Há alguma melhoria, mas muito pouco significativa, uma vez que no mesmo período do ano passado tinham sido recuperados CFC de 0,3 por cento dos equipamentos", afirmou à agência Lusa o presidente da Quercus, Hélder Spínola.

Esta melhoria resultou de um aumento do número de equipamentos encaminhados pela Valorsul, entidade responsável pelo destino final dos resíduos de vários concelhos do distrito de Lisboa.

Desde Janeiro de 2002, a lei prevê a obrigação de recuperar os CFC. Mas, segundo a Quercus, a legislação tem sido ignorada porque não existe um sistema integrado que garanta a recuperação e tratamento dos CFC, à semelhança do da Sociedade Ponto Verde para as embalagens e papel.

Reclamando novas medidas para inverter esta situação, a Quercus lembra que a camada de ozono sobre Portugal está diminuir 3,3 por cento por década, o que provoca um aumento da radiação ultravioleta e, consequentemente, um maior risco de ocorrência do cancro da pele.


Experimente:

Tempo para discutir

Esta costuma ser uma época fértil em encontros, congressos, debates, tertúlias, etc.

Aqui vos deixo algumas sugestões para o que resta do mês de Setembro e para Outubro:


Setembro

Planeamento do Território - O Estado da Nação - Aveiro, 29 e 30 de Setembro e 1 de Outubro.

Outubro

XV Encontro Nacional de Educação Ambiental - Castelo de Vide, 2 a 5 de Outubro de 2004 (descarregue o ficheiro PDF)

Seminário “Desenvolvimento e Ambiente: Novos Desafios para o Século XXI - UTAD, 7 e 8 de Outubro

I Conferência de Educação Ambiental do Sul - São Brás de Alportel, 11 de Outubro

1ª edição da SUL AMBIENTE - Loulé (pavilhão de exposições da EXPOALGARVE/NERA),15, 16 e 17 de Outubro

9º Encontro Nacional de Ecologia - Lisboa, 14 - 19 de Outubro

1ª Workshop sobre Ruído "Mapas de Ruído e acústica de edifícios" - Loulé (auditório da EXPOALGARVE/NERA)16 de Outubro

8ª Conferência Nacional de Ambiente - Lisboa, 27 a 29 Outubro de 2004

I Congresso sobre Construção Sustentável- Leça da Palmeira (Exponor), 28 e 29 de Outubro

Ecossistemas Agrícolas e riqueza biológica. Principais ameaças e medidas de conservação -Castro Verde, 29 e 30 de Outubro

I Congresso Internacional Aves do Atlântico - Madeira, 29 de Outubro a 1 de Novembro de 2004

Espero que algum destes eventos seja do vosso interesse!

22 setembro, 2004

Pobreza: Uma Questão de Exclusão Ambiental?

A 7 de Outubro a LPN retoma o seu já habitual Ciclo de Debates das 17h00 às 19h00, sempre com entrada livre. O tema é particularmente relevante, já que níveis crescentes de protecção ambiental e a sustentabilidade a longo prazo estão fortemente dependentes da erradicação da pobreza. Os extractos da população que todos os dias enfrentam a fome, a doença e a iliteracia, tendem a exaurir os recursos, poluir o ambiente e destruir os habitats naturais numa luta pela sobrevivência.

Este não é um assunto exclusivo de ambiente mas tem consequências dramáticas sobre ele. Enquanto não for melhorado o nível de vida das populações, a consciência e a protecção ambiental têm poucas probabilidades de aumentar.

Local: Auditório Jornal de Notícias, Av. da Liberdade n.º 266, Lisboa

20 setembro, 2004

Portugal, um Retrato Ambiental

A RTP1 vai estrear na próxima quinta-feira (dia 23), ás 23:30 um espaço de produção nacional de documentário. A série Portugal, um Retrato Ambiental, da autoria da investigadora Luísa Schmidt, e realizada por Francisco Manso, é a primeira de um conjunto de documentários produzidos com o apoio da estação pública.

O documentário de Luísa Schmidt conta como evoluiu, nas últimas cinco décadas, o ambiente em Portugal. Ao longo de quatro episódios, de 52 minutos cada, são mostradas imagens captadas pela RTP durante mais de 40 anos, muitas ainda a preto e branco, actualizadas com registos de hoje, onde os telespectadores poderão ver retratado aquele que, segundo a autora, é um "país de contrastes". Se por um lado a política ambiental de Portugal se revela mal sucedida, por outro a consciência da necessidade de solucionar os problemas é cada vez mais forte. Desde as cheias que assolaram o país em 1967 até ao problema das alterações climáticas, passando pela poluição dos rios e pelo desordenamento do território, Luísa Schmidt reúne nesta série documental o material que serviu de base à sua tese de doutoramento.

18 setembro, 2004

Que Politica? Que estratégia? II

Os transportes públicos vão sofrer um aumento intercalar de 2,9 por cento, já a partir de Outubro, em consequência da indexação das tarifas à evolução do preço do preço do gasóleo rodoviário. Há pouco mais de seis meses, os tarifários dos transportes públicos foram actualizados em 3,9 por cento.

Os preços dos transportes públicos passarão a ser revistos de três em três meses, em função da cotação do gasóleo. O preço final do gasóleo rodoviário aumentou, desde o início do ano, cerca de 18 por cento, em Portugal. Os custos com combustíveis representam um quarto dos custos totais das transportadoras privadas de passageiros.

Apesar de tudo, António Mexia (Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações) diz querer inverter a tendência para a utilização do transporte privado...


Pensemos um pouco nisto...

Ver notícia completa no Público

17 setembro, 2004

Que política? Que estratégia?

Tráfego e poluição automóvel

Os combustíveis aumentaram, nos primeiros seis meses do ano, 12,4 por cento, mas os portugueses, não só não reagiram a esta escalada dos preços, poupando nas bombas, como ainda gastaram mais, registando-se, em relação ao mesmo período no ano anterior, um crescimento de 2,9 por cento nos abastecimentos dos seus carros, denunciou ontem a associação ambientalista Quercus.

"As políticas energéticas e ambientais no sentido de diminuir a dependência energética externa do nosso país continuam a caminhar no sentido errado e o objectivo dos sucessivos governos tem sido gerar maior oferta de electricidade, sem um investimento paralelo em diminuir o consumo", salientam os ambientalistas. Tanto mais que ninguém conseguir perceber por que razão o consumo de energia e combustíveis sobe quando a lógica do mercado leva a crer que se deveria passar o contrário.



Sugestões para consulta:
Página da Direcção Geral de Energia (downloads)
Página da Rede Eléctrica Nacional (estatísticas mensais)

15 setembro, 2004

As bicicletas estão na moda!

No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade 2004, a Agência para a Energia (ADENE), a Câmara Municipal de Almada e a Agência Municipal de Energia de Almada (AGENEAL), organizam o Workshop "A Bicicleta: uma opção de mobilidade eficiente e saudável".

Este evento irá decorrer no Espaço Polivalente do Fórum Romeu Correia, em Almada, no dia 21 de Setembro de 2004 e tem como objectivo promover o debate sobre novas soluções de mobilidade que contribuam para adopção de um modelo de cidade sustentável.

A participação é gratuita e sujeita a inscrição prévia junto da ADENE até às 18h do dia 17 de Setembro. Para mais informações, poderá contactar directamente a Área de Promoção e Relações Exteriores da ADENE (Filipe Camilo - tel.: 214 722 840; fax: 214 722 898; e-mail: eventos@adene.pt).

Veja o Folheto e preencha a ficha de inscrição se estiver interessado(a).

14 setembro, 2004

"Ciclo-paper"no Parque Natural de Sintra-Cascais

O "ciclo-paper" realiza-se Domingo, 19 de Setembro de 2004 e é promovido pela LPN.

Este consistirá num percurso de cerca de 14 Km (ida e volta), de fácil realização, em que serão testados os conhecimentos dos participantes sobre o património natural do Parque Natural de Sintra-Cascais, em provas que revelarão a memória, imaginação, destreza física e criatividade dos participantes. Haverá prémios para todos!

Programa
9:00 - Encontro na Biblioteca Municipal de Cascais/Casa da Horta da Quinta de Santa Clara e exposição do programa e regulamento da prova;
10:00 - 13:00 - Realização do "ciclo-paper", com passagem pelos seguintes pontos de interesse: Boca do Inferno, Cabo Raso, Oitavos, Guincho e Abano;
13:00 - 14:30 - Almoço volante com produtos típicos e entrega dos prémios.

Os participantes terão de levar a sua própria bicicleta. A LPN poderá, eventualmente, disponibilizar um número limitado de bicicletas, desde que previamente solicitadas. Embora o percurso seja de muito fácil realização por pessoas de todas as idades (a sua maior parte será realizada em pista para bicicletas), os participantes deverão levar capacete, cotoveleiras e joelheiras.

Preçário
O preçário (inclui todo o programa, almoço volante, suplemento energético durante a prova e seguro) é o seguinte:
- Sócios da LPN, grupos de 3 pessoas ou mais, crianças dos 4 aos 12 anos: €20 por pessoa;
- Outros: €25 por pessoa.

Inscrições
As inscrições estão abertas até à data-limite de 10 de Setembro (6.ª feira). São efectuadas por telefone (217780097), correio electrónico (lpn.natureza@mail.telepac.pt) ou fax (217783208) e só são válidas após recepção, pela LPN, do valor em cheque, numerário ou transferência bancária até à data-limite. Não havendo um número mínimo de 20 inscrições até à data-limite, a prova não se realizará, sendo o montante devolvido na totalidade a quem tiver efectuado o pagamento. Não será devolvida a verba a quem cancelar a inscrição depois desta data. O número máximo é de 30 inscrições.

Participem!

Para mais informações sobre o Parque Natural de Sintra-Cascais e outras áreas protegidas pesquise a página oficial do ICN (Instituto da Conservação da Natureza).

13 setembro, 2004

Investigação sobre incêndios

Outro artigo interessante no PÚBLICO dá conta de um projecto de investigação sobre incêndios e a sua propagação. Ao que parece uma equipa de investigadores portugueses descobriu que “a propagação brusca dos incêndios, a que se dá o nome de “fenómeno eruptivo”, fica a dever-se ao próprio fogo que alimenta as chamas, sem influência da atmosfera”. Esta e outras conclusões de um estudo acerca do comportamento dos fogos florestais serão apresentadas por Domingos Xavier Viegas no “workshop” Indo-EU, sob o tema “Alterações climáticas e Desastres Naturais” que começou no dia 6 deste mês até dia 10, em Hyderabad, na Índia.

“A equipa do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF), da qual o investigador faz parte, está a trabalhar desde 1985 na caracterização dos aspectos físicos dos fogos, ou seja, de que maneira progridem no terreno. Neste sentido, a actividade do CEIF tem prosseguido no âmbito de projectos europeus como o SPREAD – coordenado pela equipa portuguesa e que reúne 25 instituições de diversos países europeus – procurando desenvolver estudos na área da prevenção e comportamento de incêndios, com a ajuda de dados meteorológicos e de satélite, e na segurança na frente de fogo.”

Segundo Xavier Viegas, o “workshop” procura promover a cooperação científica entre a Europa e a Índia para criar um projecto integrado na área dos efeitos das alterações climáticas, como incêndios e inundações.

Fonte: PÚBLICO 7 Set 2004

12 setembro, 2004

Ecólogo Defende Metas para o Comportamento

Em 2000, as Nações Unidas fixaram as "Metas do Milénio", para combater problemas de primeira linha, como a fome, a falta de água e a mortalidade infantil, que afectam milhões de pessoas em todo o mundo. O ecólogo norte-americano Paul Ehrlich sugere, agora, que a ONU também estabeleça metas para o comportamento humano.

Este seria um contributo para evitar a colisão entre o modo de vida da civilização humana e a capacidade natural do planeta para suportá-la. "Precisamos de uma 'avaliação do milénio' sobre o comportamento humano", disse Ehrlich, numa conferência na passada quinta-feira em Lisboa.

08 setembro, 2004

Leucemia relacionada com poluição

Foi durante a leitura de um artigo sobre o aumento da incidência de leucemia infantil, no PÚBLICO, que constatei que, dos principais resultados dos mais recentes estudos sobre esta doença, apresentados pela Children with Leukaemia (organização de beneficiência do Reino Unido), constam alguns que relacionam a leucemia com a poluição.

De facto, entre outros factores como a exposição a materiais radioactivos, “acredita-se que a poluição seja a grande responsável pelo aumento de leucemia infantil, uma vez que, mesmo dentro da barriga da mãe, a criança está exposta aos efeitos dos agentes poluentes. A mãe transfere os agentes através da placenta e, nesta fase, a criança é muito mais sensível. Os fetos representam então uma subpopulação particularmente sensível aos efeitos de partículas poluentes. No entanto, os seus efeitos são, para já, bastante desconhecidos.”

“Comparando diferentes países da Europa, Portugal regista uma das mais baixas percentagens de leucemia infantil, ao lado da Polónia e Roménia. Os países com maior percentagem são em geral do centro ou norte da Europa. Algo que poderá estar relacionado com os níveis de poluição das diferentes zonas do continente.”

Mais uma prova que a degradação ambiental a que assistimos hoje contribui directamente para comprometer as gerações vindouras.


Fonte: PÚBLICO 7 Set 2004