Já existem 148 zonas mortas, isto é, com carências de oxigénio nos oceanos da terra. Desde os anos 60 que o número destas áreas se tem vindo a expandir, tendo duplicado desde 1990.
Segundo o relatório anual sobre o estado do ambiente no planeta (GEO) da responsabilidade das Nações Unidas para o Ambiente, o aumento do número destas àreas é uma ameaça ara os "stocks" piscícolas, pondo assim em causa a sobrevivência daqueles que dependem da pesca.
A zona costeira de Portugal não se encontra entre as áreas classificadas como mortas no relatório GEO, mas a vizinha Galiza surge com alguma gravidade.
Dada a variedade de causas - agricultura, resíduos e emissões - e a existência na maior parte das zonas, de sobrepesca e ocupação costeira intensa, a solução para este problema exige variadas respostas.
O aumento de azoto no ambiente costeiro é um dos novos desafios que o planeta enfrenta. O homem fabrica anualmente cerca de 160 milhões de toneladas de compostos de azoto, enquanto os sistemas naturais apenas conseguem fixar entre 90 a 120 milhões de toneladas. Embora não seja um problema novo, assume agora particular importância dada a sua acumulação, criando um efeito em cascata nos ecossistemas. Depois de manipulado pelo homem, o azoto pode entrar em qualquer sistema vivo, independentemente do do meio onde é introduzido, provocando uma série de efeitos nocivos.
Além de destruir a camada do ozono na estratosfera, perto do solo, contribui para o aumento do ozono troposférico, que causa problemas respiratórios. Tem um importante papel como fertilizante, mas o seu uso inadequado leva à contaminação das águas e plantas com nitratos, o que os torna impróprios para o consumo humano.
O segundo desafio ambiental apontado pelo GEO é a sobre-pesca. Em 2002, 72 por cento das reservas piscícolas estavam a ser exploradas a uma taxa superior à que é necessária para que se assegure a reprodução. Por isso e apesar do aumento do esforço de pesca global, a quantidade de peixe tem vindo a diminuír desde os anos 80.
Fonte: DN 30/3/2004