27 janeiro, 2005

Agua Vai, Agua Vem!

Esta é a sensação que fica para quem explorar o tema do abastecimento de água, seja no Algarve ou em Trás-os-Montes.
Simplesmente não entendo a politica para este sector, muito menos se existe! Uns alertam para a necessidade de água em barragens quer para agricultura, quer para consumo humano. Outros comparam valores de ordem diferente! Pois a extrema necessiade de água para diversos fins não pode ser comparada, de modo tão leviano com perdas de biodiversidade. Há prioridades a estabelecer em sede própria, e pagamos para isso. Sai caro, muito caro a não decisão, independentemente de ser mais certa ou menos acertada. Outros ainda estudam os problemas da sobre exploração de uns aquíferos e a subexploração de outros, alertando para uma gestão que ninguem quer gerir.
Não há um fio condutor para uma politica sectorial que teima em ser indefinida. Como diz o ditado: água mole em pedra dura... o que sei é que este já rebentou! E o próximo?!
Pergunto-me: há algum candidato a futuro Ministro do Ambiente em alguma ONGA? Pois que avance com medidas e politicas concretas, independentemente da cor politica, use e abuse das regalias partidarias para fazer o seu melhor e o melhor para o País! Há alguém??
Bem me parecia que não!
Pretendi aqui acender uma saudável discussão sobre politica sectorial, NÃO PARTIDÁRIA, em concreto gestão dos recursos hidricos! Participem!

22 janeiro, 2005

Morte anunciada das zonas costeiras

Projecto SIAMCerca de 32% da zona costeira portuguesa está sujeita a uma situação de erosão considerada «preocupante», sobretudo na costa ocidental. «A erosão costeira manifesta-se por um recuo da linha de costa tem afectado extensões consideráveis do litoral continental de Portugal sendo frequentemente observadas taxas de recuo de 1 metro por ano (m/ano). O litoral arenoso da costa oeste é particularmente sensível, com recuos que atingem 20 m/ano, por exemplo, entre a Foz do Neiva e Esposende», declara Filipe Duarte Santos, coordenador do projecto Scenarios, Impacts and Adaptation Measures (SIAM).

O processo de erosão também se faz sentir no litoral rochoso, em sectores de formações geológicas brandas, na costa do Algarve, na Península de Setúbal e em alguns locais da costa alentejana. No período de 1938 a 1995, a linha de topo das arribas no troço da orla costeira entre Olhos de Água e Quarteira recuou a uma taxa de 0,17 m/ano.

Mas o cenário pode ficar mais negro. Estudos recentes no âmbito do projecto SIAM indicam que cerca de 67% da orla costeira continental está em risco de perda de território, principalmente quando o substrato rochoso é brando ou móvel e baixo. A subida do nível médio do mar, projectada pelos cenários climáticos globais até 2100, situa-se entre 0,09 e 0,88, sendo o valor mais provável da ordem dos 0,5 m.

Os resultados do SIAM apontam que as regiões onde o risco é muito elevado são Espinho-Cabo Mondego, na costa ocidental, e Ancão-Foz do Guadiana, na costa algarvia. FilipeDuarte Santos deixa mesmo um alerta: «Alguns troços, como por exemplo, a sul da Foz do Douro até à praia da Cortegraça deveria ser objecto de uma intervenção rápida baseada em estudos da dinâmica do litoral incluindo os impactes das alterações climáticas».

São várias as causas apontadas para o processo erosivo das zonas costeiras, mas na sua maioria este surge associado ao esgotamento das fontes sedimentares externas e à forte deriva litoral. Para o caso português em muito contribuiu «a construção de um grande número de barragens a partir dos anos 40 e que reduziu drasticamente o transporte de sedimentos pelos rios até ao oceano», afirma o responsável pelo SIAM.

Calcula-se que actualmente o Tejo transporta menos de 1/3 da carga potencial de sedimentos para o seu estuário interior e o rio Douro apenas 1/7 do seu potencial de transporte. A extracção de inertes nas zonas fluviais, estuarinas e costeiras para a indústria da construcção civil tem também contribuído para a intensificação da erosão. Mas as obras de protecção da costa, a que se recorrem precisamente «em situações de emergência e sem estudos prévios de médio prazo sobre a dinâmica costeira», tem um efeito perverso ao «acelerarem os processos de erosão em lugar de os mitigar, contribuindo para desviar o transporte de areias para zonas mais externas da plataforma continental».

Fonte: Jornal Água & Ambiente (versão impressa)

Documentos a consultar (em PDF):

Zonas Costeiras

Clima e cenários climáticos em portugal

Ligações:

Alterações Climáticas e seus Impactes

Ambientalistas - Alterações Climáticas

Ambientalistas - Gestão do Litoral

19 janeiro, 2005

NASA aliada ao "Ministério do Ambiente" contra poluição

:)Desenvolver projectos alternativos para a prevenção da poluição ambiental proveniente das indústrias é o propósito do Centro para a Prevenção da Poluição (C3P), que surgiu no âmbito de um protocolo entre a National Aeronautics and Space Administration (NASA) e o Ministério do Ambiente (estabelecido em Setembro de 2002).

O C3P pretende assim promover o suporte de programas/projectos e a identificação dos parceiros e das necessidades dos projectos, através de associações temáticas, organismos governamentais, entidades académicas e pequenas e grandes empresas. Para assegurar o apoio técnico e de engenharia para a gestão de programas, projectos, estudos e análises conta com o International Trade Bridge, enquanto que o suporte para a identificação das necessidades tecnológicas em Portugal e na União Europeia é assegurado pelo Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ). Finalmente, os apoios laboratoriais, de equipamentos e recursos humanos responsáveis por investigação são facultados pelo Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial. Para já, o C3P desenvolveu um projecto no sentido de reduzir os compostos orgânicos voláteis (COV) em algumas indústrias como têxteis, tintas e vernizes, naval, curtumes, automóvel, electrónica e aeronáutica. O trabalho começou com uma auditoria a uma amostra de 20 empresas destas áreas, onde foram detectados semelhantes problemas com a emissão de COV. O Centro pôs-se então em campo para analisar as tecnologias já existentes no mercado e procurar alternativas aos produtos que provocam a emissão destes poluentes tóxicos.

Fonte: Jornal Água & Ambiente

Sei que esta notícia não é propriamente recente. No entanto gostava de partilhá-la convosco e de acompanhar a evolução dos projectos de prevenção da poluição que compreede esta colaboração. Se conhecerem alguns dos resultados destes projectos e os quiserem partilhar, ou se simplesmente quiserem falar sobre a iniciativa, por favor deixem um comentário em baixo.

Ligações:

Projectos sob avaliação e a decorrer

Nasa Aquisition Pollution Prevention (AP2) Program

15 janeiro, 2005

Seca no Algarve será severa se não chover até Fevereiro

O Algarve atravessa, neste momento, um período de «seca moderada», mas, se chover pouco em Janeiro e Fevereiro, a situação de «seca severa» é inevitável. Pior cenário, o de «seca extrema», acontecerá, contudo, se o valor acumulado nos dois meses não superar os 40 milímetros. É preciso, desde já, racionalizar os consumos.

Num relatório sobre a seca na região, ontem divulgado, a Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais (FERN) da Universidade do Algarve vai mais longe ao afirmar que o Sul do País «está a tornar-se, progressivamente, uma região mais árida», sendo a «escassez estrutural de água cada vez mais acentuada». Com efeito, segundo o documento, «analisado o período de Outubro de 1941 a Setembro de 2004, a precipitação caída ao longo dos anos hidrológicos tem vindo a decrescer, em termos médios, a uma taxa de -1,67 mm/ano». Por outro lado, no mesmo período, «a média anual da temperatura média diária, ao longo dos anos hidrológicos, tem vindo a aumentar, assim como a evapotranspiração potencial».

Vêr notícia completa no Diário de Notícias


Vêr artigos relacionados:

Água poderá vir a ser racionada no Algarve

Algarve sustentável?

12 janeiro, 2005

Municípios mais ecológicos vão ser distinguidos com galardão

Os municípios vão poder candidatar-se, a partir deste ano, a um galardão que distingue o desempenho ambiental e estabelece objectivos de desenvolvimento sustentável, uma iniciativa hoje apresentada pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE).


O projecto "Eco XXI" adopta um modelo semelhante ao da bandeira azul (para as zonas balneares) e prevê a atribuição de uma bandeira e um certificado que comprovam a qualidade ambiental dos municípios.Um dos principais objectivos do projecto é contribuir para o aparecimento de mais Agendas 21 Local, um instrumento que o presidente da ABAE considerou "fundamental para o desenvolvimento sustentável"."A ideia é promover uma visão integrada das questões ambientais e criar equipas transversais, para sair da compartimentação", disse José Archer.Embora reconheça que as autarquias "estão mais sensibilizadas" para os problemas ambientais, José Archer entende que nem sempre o ambiente é encarado como "uma prioridade", sobretudo nas autarquias que "sentem mais pressões".

Os municípios terão obrigatoriamente de cumprir quatro indicadores primários: promoção de educação ambiental, aplicação do programa eco-escolas, qualidade da água para consumo humano e valorização de resíduos.Os restantes indicadores privilegiam vários temas, incluindo o funcionamento das instituições, conservação da natureza, ar, água, energia, mobilidade, ruído, turismo e economia, entre outros.

Os municípios podem candidatar-se ao projecto "Eco XXI" entre 15 de Fevereiro e 15 de Maio.

Em Setembro do ano passado, o ministro do Ambiente Luís Nobre Guedes garantiu que 110 municípios terão dentro de dois anos Agendas 21 Locais, revelando que pretende criar um grupo de trabalho para desenvolver o projecto. Actualmente, apenas entre 15 a 20 municípios têm estes instrumentos.Já em Outubro de 2002, o seu antecessor, Isaltino Morais, tinha anunciado apoios financeiros extraordinários para os municípios que quisessem aderir à Agenda 21 Local.Nos termos da Declaração do Rio de Janeiro, aprovada por mais de 150 países em 1992, cada comunidade deve ter a sua própria Agenda 21.


Veja a notícia completa em: Público - ÚLTIMA HORA

06 janeiro, 2005

Refer requalifica linhas férreas abandonadas

EcopistaA transformação de linhas de caminhos de ferros desactivadas em ecopistas constitui uma oportunidade importante para divulgação do património paisagístico existente em Portugal e para a promoção do turismo sustentado.

De acordo com o «Plano Estratégico de Ecopistas», apresentado pela Refer num seminário realizado no passado dia 19 de Novembro, em Lisboa, existem 690 quilómetros que poderão ser transformados em ecopistas, dos quais 144 já estão protocolados com algumas das autarquias abrangidas, sendo que para 100 quilómetros já existem estudos realizados.

Ver notícia completa


Notícia Relacionada:

Primeira Ecopista do país abriu no Alto Minho

Saiba mais sobre as Ecopistas:

Rails-to-Trails Conservancy (em Inglês)
Sustrans General (em Inglês)
Véloroutes et Voies Vertes - AF3V (em Françês)
Trails And Greenways (em Inglês)
Vias Verdes (em Catalão)
Projecto Rever Med

Fonte: AmbienteOnline.pt