Aproveito mais uma vez para vos deixar algumas notícias de interesse publicadas no jornal "Público" de 29 de Dezembro, que podem ser consultadas no site www.publico.pt.
A primeira diz respeito ao mercado da energia solar em Portugal onde se demonstram os avanços tecnológicos conseguidos nesta área e a necessidade de se apostar neste tipo de energia face à "institucionalização da sustentabilidade como paradigma de desenvolvimento" consequente da conferência do Rio. São ainda apresentados como argumentos o facto deste tipo de energia ser actualmente mais rentável que no passado (consequência dos já referidos avanços tecnológicos que consistem em aumentos de rendimento e diminuições de custo) e as metas de electricidade produzida a partir de fontes de energia renováveis (consagradas na lei), as quais ainda estão longe de se atingir.
Se consultarem a secção Local Lisboa poderão também encontrar artigos de interesse ambiental, nomeadamente respeitantes à ainda existência de lixeiras a céu aberto com resíduos considerados perigosos (em Alvalade/Sado), ou à deposição ilegal de pneus em Vila Franca de Xira, onde inclusivé algumas pessoas recebem dinheiro para encaminhar os pneus para reciclagem e depois descarregam-nos nessa zona, ou ainda a interminável história da protecção de habitações na Lagoa de Óbidos, mais concretamente na zona do Bom Sucesso, onde alguns sacos de areia colocados pelo Inag já se soltaram (como acontece sempre), fazendo com que os habitantes da zona reclamem por uma solução científicamente estudada e viável a longo prazo (no artigo é possível encontrar uma opinião bastante elucidada por parte do porta-voz da comissão de moradores do Bom Sucesso.
Gostaria ainda de destacar um outro artigo, não disponível on-line, e que diz respeito aos erros efectuados no planeamento da rede de transportes públicos de Lisboa, na minha opinião, um dos aspectos essenciais para um bom planeamento urbano. Nesse artigo, de autoria de Rui Rodrigues, defende-se uma rede de comboio convencional a partir da qual se iriam estruturar os restantes transportes públicos, quando na realidade se tem feito exactamente o contrário. E são apontados alguns erros de planeamento: a falta de interface entre a linha de Cascais e os restantes meios de transporte (exemplo: um utente de Cascais ou Oeiras que queira deslocar-se até à Cidade universitária ou EntreCampos, terá de efectuar três mudanças de transporte - uma do comboio para o Metro e mais duas no Metro; o prolongamento da Linha Azul, desde Baixa-Chiado até à estação de S. Apolónia, pela simples razão de que esta irá fechar quando a futura estação Central de Lisboa, em Chelas-Olaias, passar a ser o términos da linha do Norte; o alargamento do IC19 e o túnel das Amoreiras porque ambos vão trazer mais carros para o interior de Lisboa.
São ainda apresentados dois argumentos que considero bastante interessantes: o primeiro é que dentro de anos, quando se verificar novamente um agravamento do trânsito, os responsáveis por tais investimentos vão invocar o argumento de que a perda de passageiros nos transportes públicos e a opção pela viatura particular se deve à melhoria do nível de vida da população. Contudo, este argumento não é valido pois na Suiça, um dos países mais ricos do mundo, a maioria dos habitantes das maiores cidades utiliza o comboio ou o Metro ligeiro e o autocarro, devido às medidas inteligentes adoptadas naquele país. O segundo argumento é o seguinte, na área metropolitana da capital, segundo dados do INE, actualmente cerca de 60 % dos seus habitantes utilizam a viatura particular e 40 % o transporte público. Há poucos anos, os valores eram inversos. A consequência de tal alteração foi um agravamento nos custos e tempos de deslocação e, sobretudo, na qualidade de vida desta cidade.