Esta visão que está implícita na nossa maneira de viver em sociedade (e de usar recursos) terá que ter um fim. Ao contrário do que sempre desejei, penso que a viragem não partirá das pessoas, será uma imposição das condições de vida e da conjuntura económica geradas pela chegada em breve do pico do petróleo. Os seres humanos terão que re-aprender a usar menos recursos para viver, a deslocar-se usando meios energéticamente mais eficientes, se quiserem ter uma vida digna, se quiserem ter com que se alimentar e vestir no dia-a-dia.
(Veja aqui a apresentação do documentário: "The end of Suburbia")
Por isso penso que é importante começarmos a pensar no interesse de notícias como esta:
Economistas dizem que o Japão deveria inspirar-se no feliz Butão
O ultracompetitivo Japão deveria preocupar-se menos com o crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) e inspirar-se mais no exemplo do Butão, que mede o seu progresso outro tipo de indicador: a Felicidade Nacional Bruta (FNB), anunciaram nesta quarta-feira famosos economistas japoneses.
"O Japão tem muito que aprender com o Butão", declarou Takayoshi Kusago, ex-economista do Banco Mundial e professor da Universidade de Osaka, durante um simpósio sobre a 'felicidade nacional bruta' organizado em Tóquio pela chancelaria japonesa.
O PIB do Butão é somente de 500 milhões de dólares, quase nove mil vezes inferior ao do Japão (4,4 trilhões de dólares). Mas, desde 1970 este pequeno reino do Himalaia preocupa-se sobretudo com o crescimento da sua Felicidade Nacional Bruta (FNB), um índice que mede a felicidade individual de cada cidadão.
O «FNB» leva em conta quatro factores: o desenvolvimento sócio-económico duradouro e equitativo, a preservação do meio ambiente, a conservação e promoção da cultura, além de bons governos.
"Em busca de um modelo de desenvolvimento, o Butão não encontrou qualquer índice que estivesse de acordo com os valores e aspirações do país. Ao contrário, só viu que o mundo estava dividido entre nações ricas e em nações pobres", explicou o economista do Butão, Karma Galay.
Os economistas japoneses admitem que no referente ao FNB, os progressos do Butão eram muito superiores aos do Japão, onde o índice de suicídios é um dos mais altos do mundo e não é rara a morte por excesso de trabalho.
Além disso, cada criança do Butão parece ser um especialista em questões de meio ambiente. "É muito melhor do que aquilo que se ensina aos meninos japoneses neste campo", destacou Shunichi Murata, professor da Universidade Kansei Gakuin.
Artigo retirado do blogue: Política à Portuguesa