05 janeiro, 2006

Ano Internacional dos Desertos e Desertificação

2006 é o Ano Internacional dos Desertos e Desertificação. O IYDD (2006) começou em Portugal com uma acção do Rally Dakar: plantação simbólica de árvores por uma delegação dos Pilotos do Rally Dakar na Tapada de Mafra, numa iniciativa conjunta de João Lagos Sports e da Comissão nacional de Combate à Desertificação.

Será relevante deixar-vos a mensagem do Presidente da Comissão Nacional de Combate à Desertificação - Victor Louro, e esperemos que este ano se intensifiquem os esforços de combate a este fenómeno cada vez mais inevitável (a manter-se a evolução actual):

Amar os desertos, e contrariar a desertificação !

Desertos: ecossistemas magníficos, paisagens extremamente belas, onde as condições de vida são extremas, cujo avanço é preciso contrariar e cujos valores humanos e biofísicos é imperioso respeitar.

Desertificação: complexo de processos que, em climas com certa secura, conduzem à degradação da Terra – solos, águas, vegetação, paisagens, povoamento humano e suas actividades sociais, económicas, culturais. Pelas suas características negativas, há que combater as causas e atenuar os efeitos.

Desertificação e desertos – maior fragilidade, mais fraca produtividade: ingredientes de maior Pobreza e Depressão.

Em Portugal: erosão, incêndios florestais, despovoamento (desertificação humana), agravamento dos efeitos das secas, depressão económica do Interior – são expressões claras da desertificação.

Nos países em desenvolvimento, a maior parte dos quais são duramente afectados, a desertificação leva à pobreza extrema e, por causa do instinto de sobrevivência, a população procura outras paragens, destacando-se a contínua tentação da emigração.
O Homem tem um elevado grau de responsabilidade no desencadeamento e incremento dos processos da desertificação. Por isso é ao Homem que se dirige este Ano Internacional dos Desertos e Desertificação instituído pelas Nações Unidas: explicar os fenómenos e sensibilizar para a necessidade de corrigir atitudes e procedimentos; articular políticas e instituições, para potenciar os seus resultados positivos; promover a participação da sociedade civil, com especial destaque para aquela que é mais afectada pela desertificação.

Tão vastos problemas não são tarefa da responsabilidade exclusiva desta ou daquela entidade: sendo um problema global – aliás, objecto de Convenção própria das Nações Unidas, da geração das “Convenções do Rio (1992)” – são da responsabilidade de todos. Isto significa que todos devemos agir: instituições e empresas públicas e privadas; organizações socioprofissionais, organizações económicas, sociais e culturais; organizações de defesa do Ambiente, dos Direitos cívicos; universidades e escolas; escritores, desportistas e artistas; políticos e religiosos; jornalistas e técnicos; empregados, desempregados e reformados; enfim …TODOS !

O Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação traça os grandes objectivos: conservação do solo e da água; fixação da população activa nos meios rurais; recuperação das áreas afectadas; sensibilização da população para a problemática da desertificação; consideração da luta contra a desertificação nas políticas gerais e sectoriais. A cada um de nós cabe agir !

Que o Ano Internacional dos Desertos e Desertificação seja a grande oportunidade da tomada de consciência e da mobilização para a acção !


1 Janeiro 2006

O Presidente da Comissão Nacional de Combate
à Desertificação
Victor Louro

Site do Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação