13 agosto, 2005

O negócio da reciclagem e as metas europeias


Chamo a vossa atenção para este artigo da naturlink que dá conta do que mau se faz em termos de reciclagem em alguns pontos do nosso país.



Valorsul Incinera Plásticos dos Ecopontos

Está comprometida a reciclagem feita pelas autarquias e cidadãos da grande Lisboa.

A empresa de tratamento de resíduos urbanos da grande Lisboa (Valorsul) está a incinerar 55% dos plásticos recicláveis provenientes da recolha selectiva efectuada pelas câmaras municipais de Lisboa, Loures, Amadora, Vila
Franca de Xira e Odivelas.

Após análise dos resultados da recolha selectiva e triagem de plástico a nível nacional (1), conclui-se que na estação de triagem da Valorsul a taxa de rejeitados dos materiais do contentor amarelo, onde é colocado o plástico, atingiu um valor de 72%, sendo o triplo da média nacional (24%).

Como resultado, em 2004 a Valorsul só reciclou 1,9% do plástico, sendo o segundo pior sistema do país (dos sistemas com mais de 200 mil habitantes). Este sistema só foi ultrapassado pela ERSUC (Distritos de Aveiro e Coimbra) que apresentou um valor de 1,5%.

A explicação para estes fracos resultados, só pode ser encontrada no facto da Valorsul querer queimar o plástico, obrigando assim as câmaras a pagar esse processo, impossibilitando-as simultaneamente de receber o dinheiro a que tinham direito pelo esforço que fizeram na recolha selectiva.

No caso da ERSUC, há um interesse desta empresa em instalar um grande incinerador, pelo que tem sistematicamente impedido o lançamento de uma política de reciclagem nos Distritos de Aveiro e Coimbra.

Para o país esta situação é grave, uma vez que a Valorsul e a ERSUC abrangem cerca de 22% da população portuguesa que se vê assim impossibilitada de dar o seu contributo para a reciclagem de plástico.

Em 2004, Portugal apenas reciclou 2,7% das embalagens de plástico dos resíduos urbanos, quando para 2005 a meta comunitária é de 15%.

Se a política de resíduos for encarada como mais um negócio jamais serão cumpridas as metas que Portugal se comprometeu a cumprir. Pelos vistos não são só os resíduos que precisam de ser separados. Apetece dizer...mas afinal separar para quê?


Veja aqui o artigo completo.