Segundo os últimos dados avançados pelo Instituto da Água, no último dia de Junho, 64 por cento do território continental estava em situação de seca "extrema", 33 por cento em situação de seca "severa".
No total, 97 por cento do território continental português sofre os efeitos da seca, uma situação que tem tendência para piorar e que já afecta os recursos hídricos disponíveis.
Os valores da água infiltrada no solo são muito inferiores à média para esta época do ano. O volume de água armazenado nas albufeiras está abaixo de metade da capacidade total. A situação é mais grave nas bacias hidrográficas dos rios Cávado, Ave e Tejo e no Barlavento algarvio.
O Tejo pode, de resto, impossibilitar Portugal de cumprir o regime de caudais previstos na convenção luso-espanhola, que regula a gestão dos rios ibéricos.
Para combater os efeitos da seca, 39 municípios estão a recorrer a autotanques para abastecimento de água. As falhas no fornecimento afectam já mais de 22 mil habitantes.
Quinze localidades estão, além disso, em contenção de consumos, através da redução dos períodos de abastecimento.
Um dos sectores mais afectados é a agricultura. Há quebras significativas na produção de cereais em todas as regiões, mas mais acentuadas no Alentejo. Nesta região do país, a produção de arroz caiu para metade.