25 janeiro, 2006

Portugal é o 11º entre 133 países em desempenho ambiental

Portugal ocupa o 11º lugar entre 133 países no Índice de Performance Ambiental, obtendo nota positiva para a saúde ambiental e recursos hídricos, mas registando a pior qualidade do ar entre os países da União Europeia.

Os dados constam do Índice de Performance Ambiental, que classifica o desempenho de cada país nesta área, elaborado pelas universidades de Yale e Columbia (Estados Unidos), Comissão Europeia e Fórum Económico Mundial, que será apresentado amanhã dia 26, na reunião anual desta instituição, que se realiza a partir de hoje em Davos, Suiça.

Este Índice congrega 16 indicadores distribuídos pelos seguintes descritores: qualidade do ar, recursos hídricos (quantidade e qualidade da água), saúde ambiental, produção de recursos naturais, biodiversidade e energia sustentável. Está relacionado com o Índice de Sustentabilidade Ambiental produzido precisamente há um ano pelas mesmas entidades. A análise foi efectuada para 133 países, classificando o comportamento ambiental de cada um numa escala máxima de 100 pontos.

Assim, Portugal posiciona-se no 11º lugar, obtendo 82,9 pontos, subindo para 10º entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e para 8º num grupo de 23 países desenvolvidos. O melhor desempenho pertence à Nova Zelândia (com 88 pontos), seguida da Suécia (87,8), sendo o Níger (25,7 pontos) e o Chade (30,5) os pior classificados.

O melhor desempenho de Portugal regista-se ao nível da saúde ambiental - onde ocupa o 17º lugar no total -, sendo lançado para a 83º posição quando se analisam os indicadores de qualidade do ar. Aqui, Portugal aparece como o último da União Europeia e entre os três últimos no grupo de 23 países - 20 comunitários mais a Suíça, Noruega e Islândia -, com uma classificação (50,1 pontos) bastante inferior a países mais desenvolvidos e também mais poluídos.

Nota máxima é dada ao acesso da totalidade da população à água potável e ao saneamento básico (segundo o estudo), mas a biodiversidade e habitats arrasta o país para o meio da tabela, sendo um dos parâmetros básicos mais fraco em Portugal.

A classificação mais baixa surge no entanto ao nível da conservação da natureza (11,7 em 100 pontos), seguida do pouco uso de energias renováveis (16,4), pesca excessiva (16,7) e concentrações de ozono troposférico (17,2), sendo mesmo o país com os níveis mais elevados. A taxa de mortalidade infantil - situada nos 0,5 por cento de mortes por 1000 crianças dos um aos quatro anos - coloca Portugal no 21º lugar no geral. O pior classificado é a Serra Leoa, com uma mortalidade infantil de 41,6 por cento e a Guiné-Bissau a terceira pior dos 133 países (com uma taxa de 27,9 por cento).

Os autores do estudo ressalvam que a inclusão deste tipo de indicadores, com grande peso na nota final, faz com que os países ricos apareçam nos primeiros lugares e alertam para a necessidade de se proceder a comparações entre os países do mesmo nível o que, no caso de Portugal, é entre os países europeus. O documento salienta ainda que o planeta está longe da sustentabilidade em questões como a biodiversidade, energia ou alterações climáticas.

Entre os países de expressão portuguesa avaliados, o Brasil é o mais bem colocado a seguir a Portugal, situando-se em 34º lugar com 77 pontos, e os restantes encontram-se entre os últimos 15 - Angola está em 128º entre os 133 países (com 39,3 pontos), Moçambique em 121º (com 45,7 pontos), Guiné-Bissau em 120º (com 46,1 pontos).


Notícia retirada do PÚBLICO

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