14 janeiro, 2006

Baixo Sabor, duas visões

Rio SaborApresento-vos hoje dois textos (duas visões) relativos à construção da Barragem do Baixo Sabor, no seguimento da reapreciação do projecto devido à recusa de financiamento por parte da União Europeia (carregar sobre as hiperligações para obter mais informação).

O primeiro texto é de autoria da Plataforma Sabor Livre, constituída essencialmente por várias ONGA's que se opõem à construcção da barragem.

Porque somos contra a barragem?

A importância natural do vale do rio Sabor justifica amplamente a sua classificação como área protegida de interesse nacional. Além disso, numa conjuntura internacional cada vez mais favorável a um desenvolvimento local e regional integrado, respeitando e valorizando todas as valências do território, as paisagens únicas deste vale, a sua rica fauna e flora, as excelentes condições do rio para a prática de desportos de águas bravas e o património histórico e cultural associado, constituem recursos valiosos para um turismo de contacto com a natureza e para uma aposta inovadora e inteligente no desenvolvimento sustentável. Pelo contrário, a construção dabarragem do Baixo Sabor significa a destruição irreversível de culturasprioritárias, como o vale de Felgar ( uma das zonas mais férteis de toda a província de Trás-os-Montes) onde se produz anualmente cerca de 60.000 litros de azeite de elevada qualidade, e importantes valores naturais e culturais da região, promovendo o abandono progressivo dos territórios rurais, bem exemplificado na vizinha barragem do Pocinho, cuja povoação se encontra em estado de quase abandono e bastante deteriorada.(...)

Segue-se o texto escrito por um defensor da construção da barragem (Francisco José Lopes) que avalia prós e contras da sua construção. A ideia de o colocar aqui surgiu no seguimento deste comentário.

Barragem do Baixo Sabor...e agora?

“A Barragem do Baixo Sabor não pode continuar a ser palco de oportunismos políticos”. De acordo. Nem de oportunismos ambientalistas, nem de oportunismos intelectuais, nem de oportunismos locais. A barragem do Baixo Sabor tem de ser palco de um debate sério e honesto, de um debate técnica e cientificamente assente em dados e documentos concretos e não em suposições e generalidades, sejam elas económicas, ambientais, patrimoniais ou culturais. Se a barragem do Baixo Sabor não se concretizar as populações têm o direito de saber quais são as alternativas para tirar a região do atraso em que se encontra e que medidas vão ser tomadas para proteger o que existe e criar novas fontes de riqueza que travem o despovoamento (...)


São, sem dúvida, argumentos que precisam ser conhecidos e comentados, esta é uma questão polémica e com importância para o país a nível nacional, sob vários pontos de vista (energia, ordenamento do território, conservação da natureza, sócio-economia, etc).

Aos leitores a palavra!


Fontes: Alfândega da Fé - Resistir no Nordeste e Plataforma Sabor Livre


Artigo relacionado:

Barragem do Baixo Sabor - Os Ambientalistas: Dezembro de 2005