"Muitos se terão interrogado sobre o que seria a linha azul que recentemente se passou a ver ao longo de algumas vias urbanas. Para os que ainda não descobriram, «O Canudo» foi investigar e averiguou (sem grande dificuldade) que se tratava da há muito anunciada Ecovia do Litoral.
Este não deverá ser, ainda assim, o traçado definitivo da ecovia. «O traço azul é uma mera marcação para dar ideia que ali vai ser algo de novo, mas é apenas uma marcação informal. Ao traço azul juntar-se-ão sinalização e outros limites. É isso que estamos a pensar fazer logo que seja possível», disse ao nosso jornal o presidente da AMAL Macário Correia.
Em Faro, foi noticiado em Julho do ano passado o lançamento do concurso público para a execução de 20 quilómetros de troço de ecovia. O investimento foi de 128 mil euros e o prazo de execução de 6 meses.
A professora Manuela Rosa, especialista em mobilidade da Universidade do Algarve, considera que o projecto poderia ser «do ponto de vista das boas práticas, melhor conseguido». Segundo a docente, «em termos de troço urbano, a pintura é pertinente em pequenas ruas sem grandes volumes de tráfego nem grandes velocidades», sendo que a segregação (separação da via ciclável da via de tráfego automóvel) é ideal quando «os volumes de tráfego e as velocidades são elevadas, para evitar conflitos e acidentes». Contudo admite que, na avenida junto ao caminho de ferro que conduz ao Largo de São Francisco, apesar da velocidade permitida por lei ser de 50 km/h, «talvez se justificasse a segregação». Esta especialista, que esteve envolvida na elaboração do Plano de Mobilidade Sustentável de Faro, confessou-se «muito decepcionada» pois, no troço que liga o núcleo urbano de Faro a Gambelas, «limitaram-se a tapar buracos nos caminhos que pré-existiam». «Uma pista ciclável, para ter características de alguma qualidade na sua utilização, tem que ter um pavimento específico», para além de vários elementos infra-estruturais específicos do ponto de vista técnico para este tipo de via, disse.
São apontadas condicionantes financeiras como a principal justificação para o actual estado de implementação do projecto ecovia em Faro. A autarquia farense já se sabe há muito, atravessa um dificil período ao nível financeiro, nomeadamente no que diz respeito à liquidez.
Mas, aparentemente, nem sempre é uma questão financeira que está por detrás de problemas relacionados com mobilidade, na capital algarvia. Um exemplo disso é o Largo de São Francisco, que sendo um recinto de eventos para além de um parque de estacionamento, vê constantemente condicionada a sua capacidade plena. Quase sempre que este espaço é utilizado, verifica-se que o tempo de montagem das estruturas necessárias é sempre inferior ao de desmontagem. O mais recente evento foi o reveillon, que afectou parte significativa do total de lugares disponíveis pelo menos até ao dia 8 de Janeiro."
André Mascarenhas/ Sofia Trindade
A professora Manuela Rosa, especialista em mobilidade da Universidade do Algarve, considera que o projecto poderia ser «do ponto de vista das boas práticas, melhor conseguido». Segundo a docente, «em termos de troço urbano, a pintura é pertinente em pequenas ruas sem grandes volumes de tráfego nem grandes velocidades», sendo que a segregação (separação da via ciclável da via de tráfego automóvel) é ideal quando «os volumes de tráfego e as velocidades são elevadas, para evitar conflitos e acidentes». Contudo admite que, na avenida junto ao caminho de ferro que conduz ao Largo de São Francisco, apesar da velocidade permitida por lei ser de 50 km/h, «talvez se justificasse a segregação». Esta especialista, que esteve envolvida na elaboração do Plano de Mobilidade Sustentável de Faro, confessou-se «muito decepcionada» pois, no troço que liga o núcleo urbano de Faro a Gambelas, «limitaram-se a tapar buracos nos caminhos que pré-existiam». «Uma pista ciclável, para ter características de alguma qualidade na sua utilização, tem que ter um pavimento específico», para além de vários elementos infra-estruturais específicos do ponto de vista técnico para este tipo de via, disse.
São apontadas condicionantes financeiras como a principal justificação para o actual estado de implementação do projecto ecovia em Faro. A autarquia farense já se sabe há muito, atravessa um dificil período ao nível financeiro, nomeadamente no que diz respeito à liquidez.
Mas, aparentemente, nem sempre é uma questão financeira que está por detrás de problemas relacionados com mobilidade, na capital algarvia. Um exemplo disso é o Largo de São Francisco, que sendo um recinto de eventos para além de um parque de estacionamento, vê constantemente condicionada a sua capacidade plena. Quase sempre que este espaço é utilizado, verifica-se que o tempo de montagem das estruturas necessárias é sempre inferior ao de desmontagem. O mais recente evento foi o reveillon, que afectou parte significativa do total de lugares disponíveis pelo menos até ao dia 8 de Janeiro."
André Mascarenhas/ Sofia Trindade