20 dezembro, 2005

A morte do artista

O título deste post pode parecer algo desadequado, mas o facto é que o lince ibérico (Lynx pardinus) assumiu nos últimos anos um papel de destaque (quase artístico) no domínio da conservação da natureza, pela sua classificação de "carnívoro mais ameaçado da Europa e o felídeo mais ameaçado do mundo"!.



Em Portugal os especialistas falam já da não ocorrência de linces ibéricos, sendo que actualmente pensa-se que só ocorra em territórios espanhóis, apesar de surgir ainda listado nas transposições da Directiva Habitats como espécie prioritária.

Acontece que recentemente foi atropelado mais um lince-ibérico na auto-estrada em direcção a Huelva. Na notícia avançada pelo PÚBLICO, são referidos cerca de uma centena de linces como restantes no ambiente natural. Podem ser 150 ou, nas estimativas mais optimistas, quase 200, se se contarem as crias.

Os actuais locais de ocorrência, avançados pelo biólogo Nicolas Guzman (coordenador da Estratégia Nacional para a Conservação do Lince Ibérico em Espanha), são Andujar, na serra Morena, a norte de Sevilha, onde persiste a maior população, com cerca de 60 linces (apenas 20 fêmeas reprodutoras), e no Parque Nacional de Doñana, com pouco mais de 30 exemplares (6 a 8 fêmeas reprodutoras).

Infelizmente, este é o 11º lince vítima de atropelamento até à data, do total estimado de cerca de 100 linces existentes à face da Terra.

Nesta página da Naturlink podem encontrar informações detalhadas sobre o Lynx pardinus