04 dezembro, 2003

Porque é que a Rússia não ratifica o Protocolo de Quioto (sigam o link)


Um texto de Viktor DANILOV-DANILHAN, director do Instituto de Problemas Hídricos da Academia das Ciências da Rússia (ACR),

Ninguém esperava que a Rússia se tornasse pedra de tropeço para o Protocolo de Quioto, um documento muito importante, pragmático e humano. Lembrarei em poucas palavras a história deste documento. Em 1988, a Assembleia-Geral da ONU chegou à conclusão de que o desequilíbrio do sistema climatérico global em consequência da actividade humana é uma das principais causas das mudanças do clima observadas e prognosticadas. Na Conferência da ONU sobre o meio ambiente e o desenvolvimento realizada em 1992, no Rio de Janeiro, foi assinada a Convenção--quadro das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas e, em 1997, foi aprovado o Protocolo de Quioto.

A Rússia é uma dos principais participantes do processo internacional que tem por objectivo formar a política no domínio da mudança do clima. Actualmente criou-se a situação em que justamente a sua voz passou a ser decisiva, pois sem a ratificação do Protocolo de Quioto pela Federação Russa este documento não entrará em vigor. A ratificação, no entanto, é retardada pelos adversários do Protocolo de Quioto que apareceram logo que o documento foi coordenado e aberto à assinatura. O tempo decorre mas os argumentos de quem se opõe ao Protocolo de Quioto não mudam apesar de lhes terem sido apresentados muitos contra-argumentos.